A instrução e o Império - 1º vol.

de boa reputação como sapiente". Por morte de frei Costa Azevedo foi nomeado interinamente para a direção do Museu, o preparador João de Deus e Mattos. Foi por essa época que o Museu Nacional recebeu a primeira portaria do governo: era uma ordem de José Bonifácio para que fosse entregue ao Barão de Santo Amaro uma coleção de papos de tucanos para a confecção do adorno do manto imperial de Pedro I. João de Deus e Mattos foi substituído em 27 de outubro de 1823 pelo diretor efetivo, o Dr. João da Silveira Caldeira, que assumiu a direção do Museu quando o Brasil acabava de passar por uma transformação política radical: não era, mais uma colônia, era um Império. O Dr. Caldeira era considerado um hábil químico, graduado pela universidade de Edimburgo.

Nesse tempo os negócios do Império eram dirigidos por José Bonifácio e foi então que o Museu começou a ser um estabelecimento consultivo, O Patriarca, apesar da política, não se tinha esquecido da ciência. Antigo discípulo da escola de Freyberg, os conhecimentos de mineralogia não lhe eram estranhos. José Bonifácio chegou a possuir uma boa coleção de mineralogia, que foi tempos depois incorporada ao Museu. .

Por essa época, naturalistas europeus, atraídos pela nossa natureza, aqui foram chegando e internando-se pelas nossas regiões desconhecidas. José Bonifácio dirigiu um apelo a esses estudiosos da natureza, pedindo-lhes que auxiliassem o Museu que deles muito precisava. A medida surtiu bom resultado. Langsdorff, Natterer, von Sellow, acudiram sem demora ao pedido do ministro que os havia protegido nas suas excursões. Langsdorff chegou a ponto de oferecer ao Museu a sua coleção de mamíferos e aves da Europa;