A instrução e o Império - 1º vol.

nas diversas operações geodésicas, como são grafômetros, pranchetas etc., dando no fim de cada ano letivo alguns dias de exercícios práticos no uso dos instrumentos, e na medida das distâncias etc. E sendo outrossim, tão geral e notoriamente conhecida a necessidade e utilizar das línguas francesa e inglesa, como aquelas que entre as vivas tem mais distinto lugar, e é de muita utilidade ao Estado, para aumento e prosperidade da instrução pública, que se crie na Corte uma cadeira de língua francesa e outra de inglesa. Com o estabelecimento destas fiéis cadeiras com as que há já estabelecidas, está interinamente providenciado quanto por ora basta para a educação literária e instrução pública. No ensino das duas línguas referidas seguirão os professores, quanto ao tempo e horas das lições e atestação de aproveitamento dos discípulos, o mesmo que se acha estabelecido o praticado pelos professores de gramática latina. E pelo que toca à matéria do ensino, ditarão as suas lições pela gramática que for mais conceituada, enquanto não formalizem alguma de sua composição; habilitando os discípulos pronunciação das expressões e das vozes das respectivas línguas, adestrando-os em bem falar e escrever, servindo-se dos melhores modelos do século de Luis XIV e fazendo que nas tradições dos lugares conheçam o gênio e o idiotismo da língua, e as belezas e elegância dela, e do estilo e gosto mais apurado e seguido. Na escolha destes livros se preferirão os da mais perfeita e exata moral; e para a comparação com a língua pátria se escolherão os autores clássicos do século de quinhentos, que melhor reputação têm entre os nossos literatos." (Decisão de 22 de junho 1809).