heterogênea. E podeis concluir conosco que de Escola normal a nossa não pode ter, e não tem mais que o dístico e as pretenções.
Para caracterizar a extravagância da organização atual, bastaria esta reflexão: criam uma cadeira de agricultura, e mandam-na ensinar de noite; falam em escolas anexas, e preceituam que as aulas do curso normal funcionem à noite, como se a noite fosse possível obter escolas primárias, onde os alunos-mestres praticassem.
Mas a criação de uma verdadeira Escola normal, com todas as condições específicas da índole peculiar a semelhante instituição, é, ninguém o contestará, a cláusula fundamental de toda reforma de ensino. "A arte didática, como outra qualquer arte, quer ser estudada na sua teoria e na sua prática; esta não pode ser bem ensinada, senão em uma escola normal. Guizot, lord Brongham e Horacio Mann, esses dedicados e eloquentes advogados da educação popular, confessaram, e demonstraram, vivamente esta verdade. É capital, portanto, a importância da escola normal apropriadamente dirigida" (Buisson, Relatório de Filadelfia). Assim falavam, há um quarto de século, os mais hábeis educadores americanos. Hoje, quando tão imenso terreno tem conquistado essas ideias, e de dia a dia, aumenta a vergonha do contraste em que nos achamos, a este respeito, com os povos civilizados, que outra linguagem poderiamos ter?" (Ruy Barbosa, parecer 1882).