A instrução e o Império - 3º vol.

de fato em todas as faculdades e escolas superiores dependentes do ministério do Império. Ora, tais reformas não são admissíveis, porque só têm servido para rebaixar o nível da instrução, facultando o caminho pelo qual se podem fazer os estudos muito superficialmente, e isto é o maior mal do ensino superior... A Escola politécnica do Rio de Janeiro pela sua atual organização encerra duas ordens distintas de estudos: 1º- o clássico, de matemáticas e de ciências físicas e naturais; 2º- o técnico, de engenharia civil, de minas, e de artes e manufaturas. São estudos distintos que devem ser feitos em estabelecimentos distintos. A combinação destes estudos, formando cursos especiais foi lembrança nossa quando o governo nos convidou para apresentar um plano de reforma de estudos da extinta Escola central. Nesta conformidade delineamos um plano de acordo não só com as necessidades e aspirações do país, como também com a natureza das diversas profissões pela formação de especialidades. Ora, nesta ocasião não tínhamos a liberdade de aconselhar a criação de diversas escolas para as diferentes especialidades, as quais, segundo pensamos, deviam ser criadas nas Províncias e na Corte; para não sacrificarmos tudo sujeitamos ao pensamento predominante acerca da unidade e centralização do ensino superior. Também razões de ordem econômica aconselharam a reunir em um só estabelecimento os diversos cursos que formam especialidades distintas, ideia que nos parecia deve ser o ponto de partida de futuros progressos no tocante ao ensino superior.

Esta combinação porém de escolas técnicas com faculdades de ciências puras não nos parece muito racional e ainda mais a centralização na Corte de estudos que devem ser espalhadas pelas Províncias.