A instrução e o Império - 3º vol.

acrescerá a noção das línguas indígenas sul-americanas que no interesse da ciência já deveriam ter sido assunto de mais porfiadas indagações.

Até aqui a parte literária do curso; mas paralelamente o acompanham, as duas outras partes, histórica e filosófica. Quanto a primeira, comeca metodicamente o seu estudo pelas duas ciências auxiliares, a geografia política, que deve ser professada com elevação condigna de um curso superior, e a cronologia, guardadas, na parte técnica, as suas relações com a astronomia. No 2º ano toma lugar a arqueologia, com as suas subdivisões e dependências, a que não forçadamente se juntaria a história da arte. Completaria o ensino um curso de crítica histórica principalmente aplicada ao nosso país. Aos que estranharem não ver no curso da Faculdade o estudo dos fatos repartidos nas clássicas divisões da história antiga, média e moderna, responderemos que os fatos em si, devem ser conhecidos nos cursos secundários; o que se vem buscar num curso histórico superior, é o método de apurar a verdade, que a meio se oculta em as névoas do passado, é o habito da pesquisa, da discussão, da comparação, da crítica, em uma palavra, e esse tanto se adquire sobre crônicas medievais como folheando os mal conhecidos documentos da história nacional. Demais, é para notar que no último ano a parte filológica e a histórica do curso terminariam concentrando a atenção dos alunos sobre a ideia de pátria, de que tanto se alheiam os estudos clássicos. Das profundezas arcaicas seriam eles assim metodicamente trazidos a noções mais práticas e atuais, que os poriam de par com a língua dominante e as indígenas do Brasil, em cujo passado também penetrariam cautelosamente doutrinados pelos processos de uma crítica científica. Este