A política exterior do Império v. III - Da Regência à queda de Rosas

Tinham-se reunido, no mesmo dia da abdicação, às dez e meia da manhã, no paço do Senado, 26 senadores e 36 deputados, sob a presidência do marquês de Caravellas. O comandante das armas, o brigadeiro Francisco de Lima e Silva, entregou o ato assinado por D. Pedro, e retirou-se. Consultou, então, o senador José Ignacio Borges se deviam nomear logo uma regência provisória para lhe confiar o governo, qual o número de regentes, e se a escolha se faria por uma comissão que apresentasse nomes ao censo da Câmara, ou por escrutínio secreto direto da Assembleia. Afirmativa foi a resposta quanto às duas primeiras indagações, e à segunda parte da última.

Vergueiro ainda consultou se se deveria exigir maioria absoluta, e se a eleição devia ser de um só nome em cada escrutínio. Sim, decidiu a reunião.

Foram eleitos Caravellas, com 40 votos, Vergueiro, com 30, e Francisco de Lima e Silva, com 35. Nenhum obteve maioria no primeiro escrutínio, e só no segundo logrou consegui-la. Nas mãos do bispo capelão-mor, que passara a presidir a sessão após a escolha do marquês, prestaram juramento os três regentes provisórios.

Caravellas era o principal autor da Constituição, elo entre o passado governo e a era nova que se abria. Vergueiro simbolizava o liberalismo triunfante. Lima e Silva representava as forças armadas, graças às quais o 7 de abril se havia feito sem derramar uma gota de sangue.

Patriotismo, energia, moderação era a tríplice invocação sob a qual se colocaram os membros da Assembleia, e que davam como diretrizes a seus eleitos. "Os brasileiros abominam a tirania, têm horror ao jugo estrangeiro; mas não é de sua intenção fazer pesar mão de ferro sobre os vencidos, valer-se do triunfo para satisfazer paixões rancorosas", dizia a Proclamação. E continuava afirmando o que a sequência dos tempos confirmou: "do dia 7 de abril de 1831 começou a nossa existência