A política exterior do Império v. III - Da Regência à queda de Rosas

colocava igrejas nacionais e bispos acima do Vigário de Cristo.

Basta, para prová-lo, citar as conclusões de seu parecer à Câmara sobre a indicação do deputado Ferreira França: "É portanto meu parecer: 1°) que se autorize ao governo para obter de Sua Santidade a revogação das penas espirituais impostas ao clérigo que se casa; fazendo saber ao mesmo Santíssimo Padre a necessidade de assim praticar, visto que a Assembleia não pode deixar de revogar a lei do celibato; 2°) que o mesmo governo marque ao nosso plenipotenciário prazo certo, e só o suficiente, em que deve definitivamente receber da Santa Sé o deferimento desta súplica; 3°) que no caso da Santa Sé recusar-se ao requerido, o mesmo plenipotenciário declare a Sua Santidade mui clara, e positivamente, que a Assembleia Geral não derrogará a lei do celibato, mas suspenderá o beneplácito a todas as leis eclesiásticas disciplinares que estiverem em oposição aos seus decretos; e que o governo fará manter a tranquilidade e o sossego público por todos os meios que estiverem ao seu alcance".

Aí já era o cismático que falava, através do galicano. Além do que, a proposta era ridícula e despropositada. Falava em negociar e começava ameaçando. Acenava com o cisma, e o catolicismo ortodoxo era religião de Estado. Intimava prazos para a Santa Sé obedecer. Por menos se celebrizou um subdelegado de roça, que revogara a Constituição.

Respondeu-lhe e venceu-o o arcebispo primaz. O projeto não seria adotado por ser da competência eclesiástica e estranho à do Legislativo.

Dos três padres signatários desse voto em separado, os dous mais notáveis eram Feijó e o padre Antonio Maria de Moura, ambos causa do conflito religioso que adiante veremos.

Não tinham esses eclesiásticos compreendido a solução da Igreja nesta questão. Realmente, o casamento era admitido para os clérigos nos séculos primitivos do