A política exterior do Império v. III - Da Regência à queda de Rosas

O governo, perseguindo a oposição, só conseguiu dar-lhe mais energia e autoridade.

"Aparece a legislatura de 1830; mudam-se os espíritos. A legislatura anterior não podia ter o vigor que ostentou esta; nem era justo que o tivesse, nem útil, tendo de lutar com o poder em toda a sua força. Se ele usasse de energia demais, quem sabe qual seria o resultado, e se a causa da liberdade se não perderia? Além disto, não estava ainda o espírito público bem desenvolvido, nem a nação tinha ainda de todo declarado sua opinião, como depois aconteceu. Por isso, desculpando alguns atos da legislatura transacta, forçoso é dizer que fez quanto pôde a favor da liberdade do Brasil. Bastava a lei dos juízes de paz, das câmaras municipais e regimento dos conselhos gerais, para preparar os grandes resultados que depois tiveram lugar. O Brasil em virtude destas leis ficou organizado democrática e federalmente; as câmaras municipais são verdadeiros conselhos federais; os conselhos gerais são verdadeiras federações; e é à legislatura transacta que se deve a organização de tais poderes que em qualquer época resistiriam à tirania; como bem se deixa ver pelo resultado, pois apenas se instalou a legislatura de 1830, apareceu um ardente amor à liberdade, que de tal maneira se desenvolveu, que fez descoroçoar o poder; e todos esses meios que se empregaram em novembro do ano antecedente para atrasar sua marcha, viram-se malogrados".

Pela primeira vez, via um governo, cometendo erros embora, e a fala fora um deles, querer melhorar a marcha da administração; assim, no relatório do ministério de estrangeiros, procurar seguir a vereda americana. Desculpáveis, os erros. "A nossa obrigação é seguir a revolução, porque a sua ação moral continua, e ninguém pode retê-la, embora a sua ação material parasse, o que devemos à constituição, e bom senso do Brasil". Prosseguia: "a revolução foi filha do Brasil inteiro, porque o Brasil inteiro queria liberdade e conhecia ou suspeitava