Eduardo Acevedo, em sua Historia del Uruguai (1)Nota do Autor, falando do sacrifício dos prisioneiros, e defendendo Rivera da acusação de sanguinário, diz: "Como anos después Oribe, sólo salpicado por la sangre de los dos prisioneros tomados a Rivera y eso mismo porque aplicaba órdenes de exterminio del Gobierno Argentino, cedía al recorrer las provincias alzadas contra Rozas al impulso de sangre que emanaba de Buenos Ayres". Não parece justo, portanto, salientar a Rozas e a Facundo como aberrações monstruosas da humanidade, como se só eles o fossem. Ambos representavam um momento da psicologia do país. E a par de suas ações criminosas, quantas, realmente nobres e humanitárias, pôde Saldías citar!...
Ambos, federais convencidos. Com Rozas contava Dorrego, para se defender contra as revoltas da oposição, governo da véspera. Não falharam tais investidas.
A paz com o Brasil era considerada como um triunfo pessoal do novo presidente, diziam seus amigos. Era o fim da pretensão brasileira sobre a Banda oriental, iam repetindo; e o ter obtido a aprovação do tratado, quando o Congresso tão hostil se mostrava, evidenciava a força política do novo chefe.
Mas, em campos hostis, nos meios unitários diretoriais, a apreciação era diametralmente oposta: "Nuestro hombre está perdido; él mismo se ha labrado su ruina", afirmava sentenciosamente D. Julian Segundo de Agiiero, ex-ministro de Rivadavia, e adversário irreconciliável de Dorrego (2)Nota do Autor. E apontavam para a definitiva derrota da aspiração argentina, de ver restaurada a integridade do vice-reino, com a volta do Uruguai ao grêmio das Províncias-Unidas, como a Assembleia de Flórida havia votado.
Esse, também, o estado d'alma da tropa que havia pelejado no Rio Grande do sul e na antiga Cisplatina.