A política exterior do Império v. III - Da Regência à queda de Rosas

Lavalle, que comandara a força argentina, sob as ordens de Lavalleja, depois da demissão de Alvear, voltara cheio de ódios e de acusações contra o governo, traidor dos interesses de Buenos Aires e do Prata. Era o chefe ideal para um pronunciamento. Bravo, até a temeridade; aureolado por uma fé de ofício brilhante como poucas, no Chile e no Peru; obedecido sem discussão por sua tropa; sonhador ingênuo; era presa indicada para os conspiradores reincidentes que dirigiam o partido unitário.

Fácil lhes foi fazer do general o instrumento de suas ambições, a fim de voltarem ao governo, de que a vitória federal os havia expelido. A 1° de dezembro de 1828, era deposto Dorrego, obrigado a fugir, sendo Lavalle aclamado em seu lugar.

Acolheu-se o fugitivo ao acampamento de milícias, comandadas pelo coronel D. Juan Manuel de Rozas; este logo lhas entregou, formando um corpo de cerca de mil homens. Saiu-lhe em perseguição uma força comandada pelo novo presidente, que delegou seus poderes governativos ao almirante Brown. Rozas aconselhava a internação na campanha para angariar e organizar elementos de resistência, mas Dorrego quis enfrentar o inimigo. Foi o desastre de 9 de dezembro, no qual se debandaram as milícias, e foi aprisionado o infeliz. Brown e o ministro Diaz-Vélez enviaram a Lavalle cartas recomendando o exílio do vencido. O corpo diplomático quis protegê-lo. Mas os chefes unitários insistiram no fuzilamento imediato da vítima. A 13 de dezembro, Lavalle, por si só, deliberou esse assassínio político, que foi imediatamente cumprido. Ficavam satisfeitos e obedecidos os pró-homens do antigo partido diretorial.

Logo se pronunciou a reação. Malgrado umas vitórias iniciais das forças unitárias, às ordens do general Paz, os esforços de Rozas e Estanisláu Lopez foram enfraquecendo os recursos de Lavalle. Inesperadamente, e sozinho, este foi procurar seu adversário, Rozas, em seu próprio acampamento, e com ele discutiu um acordo,