para com os desorganizadores, e por isso os amigos da ordem desanimados abandonaram a causa pública, e os rebeldes aproveitando-se da ocasião romperam e conseguiram dominar a capital. Não é meu desejo censurar o governo pela demissão do presidente Braga, com muito boas intenções poderia praticar este ato e persuadir-se que o partido em que figuraram Bento Gonçalves e João Marianno de Mattos, não era tal, qual o figuravam, e que um homem estranho às intrigas poderia acalmar os ânimos e reintegrar a paz; mas, força é confessá-lo, enganou-se completamente; o partido anarquista não se amacia com condescendências, torna-se pelo contrário mais altivo e exigente. Julgamos mui sérios os últimos sucessos no Rio Grande do sul; seus efeitos se farão ressentir por muito tempo, porém, também supomos que atualmente já terá o presidente legal entrado em Porto Alegre, e os revoltosos debandados, e acoitados em algum estado vizinho, donde podem tentar pequenos ataques sobre a Província, e fazer-lhe guerra semelhante à que moveu Lavalleja contra a Cisplatina por três anos. Bento Gonçalves da Silva não tem o prestígio que vulgarmente se crê, sua influência apenas se estende à fronteira chamada do Rio Grande, onde é contrabalançada pela do valente Silva Tavares. Nos outros pontos da Província gozam de muita consideração os bravos Marechal Barreto, coronéis Bento Manuel, Oliveira, etc., que jamais pactuaram com o faccioso Bento Gonçalves. Não foi o despeito que moveu a este a portar-se da maneira acima dita; suas vistas vão mais adiante, quer separar a Província e dominá-la; para conseguir semelhante intento encontra insuperáveis obstáculos a vencer na briosa população do Continente, que jamais se submeterá ao governo despótico do novo Vinagre".
Neste documento convem atender às paixões da época, e descontar certos excessos de apreciação. Em conjunto, porém, dá com exatidão o aspecto do caso. Mais claros, ainda, resultam da leitura dos documentos publicados