A política exterior do Império v. III - Da Regência à queda de Rosas

as eleições constituíram Câmaras com tendências combatentes, procurou manter a paz pelo dissentimento de opiniões entre seus ministros; uns, contrários à Rússia e favoráveis à Inglaterra, eram os doctrinaires; outros, partidários do acordo com a Áustria e a Rússia e desconfiados da Grã-Bretanha, seguiam Thiers. O grande elemento para conciliar correntes tão opostas, Talleyrand, morrera em 1838. Ele e Luiz Philippe haviam sido, de fato, os orientadores da política internacional francesa, e a morte do príncipe de Benevento foi perda insubstituível para o labor pacífico do monarca clarividente.

Para impedir as explosões, e, ao mesmo tempo, dar satisfação parcial ao anseio de glória que animava a nação e a imensa maioria de seus homens públicos, admitiam-se, de vez em quando, expedições de objectivos limitados, sem repercussão na Europa; quando, porventura, tal resultado surgia da iniciativa tomada, logo era abandonada. Política de pescador, a dar e tomar linha, hábil enquanto domina a energia do anzol, perigosa quando a violência do arranco arrebata a linha das mãos de quem a dirige. Luiz Philippe foi vítima de uma dessas vicissitudes.

Em 1839, dominou iniludivelmente nas Câmaras, oriundas de uma consulta à nação, o rumo que Jouffroy definiria a 3 de julho: "une politique d'action et de gloire". Como arras à maioria, para satisfazer a impulsos belicosos, aqui e ali, apresentavam maior energia os processos de reclamações da França. A conquista da Argélia; o apoio ao Egito e a Mehemet-Ali revoltado; a volta das cinzas de Napoleão, a inauguração do Arco de Triunfo e a consagração de Versalhes às glorias pátrias eram concessões desse gênero. Na América, o bombardeio de Vera-Cruz e de São Juan de Ulloa, em 1838; o vigor estranho da atenção prestada às intrigas de Caiena para rever o limite do Oiapoque e chegar às margens do Amazonas eram outras. Assim, também, a ação desenvolvida no rio da Prata, traduzia o espírito irrequieto