A política exterior do Império v. III - Da Regência à queda de Rosas

Respondeu o ministro, a 12 de dezembro, que examinaria os casos apontados, mas deixou sem contestação os argumentos da autoridade consular.

Esta, parece que com o fito de exaltar os ânimos, no dia seguinte enviou nova nota, em termos descorteses, declarando não admitir outro proceder que a suspensão da lei quanto aos franceses, e a satisfação imediata das exigências dos pacientes nos casos apontados. Apesar deste destempero, o ministro respondeu ainda, explicando o alcance da lei de 1821, que a própria França aceitara, por ter cessado, com seu silêncio, seu protesto de 1830. Ele, vice-cônsul, não tinha credenciaes para tratar do caso, de sorte que o governo argentino não mais se preoccuparia com ele. Roger foi conferenciar com o almirante Leblanc, chefe da estação naval, em Montevidéu, e, de volta, em termos inconvenientes, pediu seus passaportes, por estar com sua missão concluída.

Alegar uma missão, em tal caso, parece provar que agia como instrumento de provocação consciente. Não digamos do governo francês, mas das forças navais em contato muito íntimo com os franceses do Uruguai, ligados aos movimentos locais de luta entre Oribe e Rivera.

A 13 de março de 1838, Arana, que passara a dirigir a pasta do Exterior, enviou os passaportes, e acrescentou esperar que poderia discutir o caso oportunamente com quem tivesse para tal os precisos poderes, sempre com o mais sincero desejo de manter relações cordiais com o governo de Luiz Philippe. De fato, só negociando um tratado se chegaria a um acordo, como fizera a Grã-Bretanha em 1825.

Procurou então o almirante Leblanc intimidar a Rezas, e a 24 de março lhe dirigiu uma nota sobre as consequências de sua recusa, por uma simples questão de mal entendido amor-próprio. Pedia agora, a suspensão da lei quanto aos franceses; o reconhecimento do direito de indenização. Arana, dignamente, respondeu que o governo não havia desatendido nem repelido as reclamações,