A política exterior do Império v. III - Da Regência à queda de Rosas

aos federais fora do país; agia também em Buenos Aires e nas províncias. Desde princípios de 1839, sabia Rozas que se urdia uma trama contra sua vida, a fim de fazer cessar o regime federal e entrar em acordo com a França, aceitando-lhe as imposições para o levantamento do bloqueio tão penoso. Deviam colaborar os elementos imigrados na Banda oriental, os quais com o auxílio de Leblanc desembarcariam em um ponto da costa sul de Buenos Aires, e aí se uniriam com revolucionários chefiados por D. Pedro Castelli.

A alma da conjuração era a Associación Mayo, fundada em 1837 por Echeverría, cuja ação de pensador e de revolucionário mereceria detido estudo, ainda não feito na escala que exige. Havia-se posto em contato com Lavalle, que se mostrava hesitante. Na capital da província, tinha recrutado gente de primeira classe, nos dous partidos. Fatores de excepcional destaque, tendo missão vital para o êxito, eram os dous Mazas, pai e filho: o pai, presidente da legislatura, e, como tal, sucessor do governador se este desaparecesse; o filho, comandante de um corpo, e capaz de arrastar outros. Ambos amigos íntimos de Rozas, que neles depositava confiança, a ponto do comandante ter sido criado ao lado de sua filha D. Manuela.

Aos poucos, foram-se tornando mais precisas as denúncias, e, quando julgou oportuno, em fins de junho, mandou Rozas prender ao oficial, a quem acusou de chefiar uma conspiração que visava seu assassínio. O pai compreendeu que estava descoberto o plano, tanto mais quanto, aos magotes, o populacho dava morras ao Dr. Maza e vivas a Rozas. Este quis salvar ao antigo amigo, malgrado sua repugnante traição, e incumbiu o cônsul americano, Slade, de lhe proporcionar fugir. Amigos comuns, a quem o governador ouvia, quizeram levá-lo ao palácio do governo para se entregar à generosidade daquele a quem queria depor e assassinar.