A política exterior do Império v. III - Da Regência à queda de Rosas

Mais uma vez, ocupou a tribuna o futuro Paraná, acalmando as paixões revoltas da tempestade parlamentar, aquietando temores, desvanecendo, por inanes, os receios de violência. Renderam-se os mais exaltados à soberania da visão política. Paula Araujo, pela comissão, declarou não teimar em seu parecer.

O Senado, a seu turno, compreendeu a necessidade de apressar as reformas no sentido da vontade nacional. Fora desconsiderado pela regência, que somente à Câmara se havia dirigido. Sabedores do que se passava na outra casa, mas sem objeto concreto sobre o qual deliberassem, os membros vitalícios do Parlamento prosseguiam em seus trabalhos costumeiros, até que, dada a ordem do dia para a sessão seguinte, José Ignacio Borges consultou se, ante as notícias que corriam, não era prudente prorrogar-se até as 3 horas da tarde o tempo da sessão, a ver se vinha qualquer comunicação dos deputados. Barbacena salientou que do Senado ninguém havia cogitado, não lhe cabendo portanto agir por qualquer forma.

Carneiro de Campos, demissionário da pasta de estrangeiros, explicou o que se passara, e, ante a increpação da inobservância de formalidades em participar à Câmara alta o ocorrido, ponderou que tinha vindo diretamente da regência para o Senado e declarara que ali ia dar conta dos fatos, razão essa, talvez, de se não ter feito a comunicação direta.

Deliberou-se, entretanto, celebrar sessão extraordinária, às 5 horas da tarde. Já se recebera o ofício da Câmara temporária, narrando os acontecimentos e participando que se achava em sessão permanente. Eleita uma comissão para dar parecer sobre o ofício, aconselhou se fizesse como a Câmara, passando-se a também funcionar em permanência. Longo e confuso, o debate travado sobre o parecer. Às onze horas, a exemplo do que se seguira no outro, este ramo da Assembleia suspendeu a sessão até as 9 horas da manhã do dia seguinte, 31 de julho.