A política exterior do Império v. III - Da Regência à queda de Rosas

De la Bauve, mais feliz, reconheceu todo o Jari, ambas as margens do Amazonas, até o Trombetas, e este por uma extensão de cerca de 200 quilômetros; desceu-o novamente para, pelo rio Negro, subir o Branco até o forte de São Joaquim, onde chegou a 29 de julho de 1834. Subiu o Uraricoera e o Parima, percorreu a serra de Pacaraima, desceu o Pirara e voltou a São Joaquim a 15 de dezembro. Prosseguiu, estudando o território entre o Tacutu e Rupununi, desceu este rio e atingiu o posto inglês de Ampa, no baixo Essequibo, a 18 de fevereiro de 1835.

Dessa exploração resultou maior efervescência na exaltação de Caiena, por se apoderar do Amazonas.

Facilitava tais desejos a anarquia em que se achava a província do Pará, período de turbulência e de assaltos que já descrevemos.

Não se produziu aqui o fenômeno notado na região do Rio Grande e do Uruguai, onde os combates e as depredações se faziam no território brasileiro, partindo do vizinho. O efeito da cabanagem, no Pará, era afugentar os habitantes pacíficos e forçá-los a procurarem terras mais tranquilas.

Caiena foi refúgio dos que, por horror aos desvarios cruentos da gente de Malcher e Vinagre, queriam calma e proteção às vidas e aos poucos haveres que conseguissem salvar da revolução. Aludir a fatos tais, como um perigo e uma ameaça à Guiana francesa, era alegado frívolo, nunca razão séria. E a fuga foi feita principalmente por mar, o que mostrava quão abandonado era o trecho territorial entre o Araguari e o Oiapoque. Este, entretanto, o alvo visado pela cobiça da colônia. Seu papel foi, tão somente, mascarar, atrás de indefensável pretexto, as verdadeiras forças propulsoras da política invasora colonial, francamente sustentada pela metrópole: a conquista da margem setentrional do Amazonas, ou, pelo menos, de parte dela.

Aceleraram-se projetos, e, em Paris, desvendaram-se planos desse imperialismo.