Tal projeto de redação, assinado por Francisco de Sousa Martins e Carlos Carneiro de Campos, não merecera apoio de Antonio Carlos, o terceiro membro da comissão redatora. Este organizara um voto em separado, no qual a questão se ventilava mais apaixonadamente: "a Câmara não poderá sossegar a sua ansiedade enquanto vir um só palmo do solo brasileiro ocupado por uma nação estranha". Emendas mais ou menos do mesmo tom foram apresentadas por Pimentel Belleza, Ramiro de Assis Coelho, e padre Luiz Caldas; todas, entretanto, mais exaltadas do que a redação prudente da maioria da comissão.
Durou o debate sobre esses trechos, tanto o inicial como os substitutivos, desde 17 de maio até 5 de junho, o que se explica pelos dous graves assuntos de que tratavam os períodos correspondentes do voto de graças: esse da ocupação francesa da margem meridional do Oiapoque, e a vexata questio da confirmação do bispo eleito do Rio de Janeiro.
Deliberou a Câmara aceitar nos dous pontos o projeto da maioria da comissão, por serem mais calmos e mais políticos os termos usados.
Foi, esse, aliás, o último estremeção da luta encabeçada por Feijó e seus ministros, e a que Araujo Lima, Bernardo de Vasconcellos e seus companheiros de governo haviam posto termo.
Muito excitada já se achava a opinião pública. Formou-se no Rio um jornal, a Liga Americana, boicotando os produtos franceses e concitando à população a seguir seu exemplo. O peso dessa opinião pode medir-se pelo fato de que à sua frente estavam Aureliano e Odorico Mendes, redatores da folha citada. Já o comércio francês, no Rio, começava a inquietar-se, pois o golpe direto e a suspensão das transações o feria muito fundo.
É nos Annaes do Senado, entretanto, que se encontram os ecos mais eloquentes da campanha, embora na Câmara já houvesse sido aventada a questão nas sessões