era pessimista: se o ministério havia levado às Câmaras a comunicação de que o governo francês não renunciava ao território ocupado, era porque considerava o negócio diplomaticamente findo, restando só o recurso às armas; no voto a proferir sobre o imposto a lançar sobre caixeiros estrangeiros, hesitava. Preferia mantê-lo, mas, se fosse prejudicial aos interesses políticos na questão do Oiapoque, se prontificaria a negar-lhe apoio.
Interveio Lopes Gama para asseverar que absolutamente não dissera nem dera a entender estar o negócio perdido; afirmara apenas que a França considerava a desocupação, um detalhe, os limites, a questão principal. Quanto ao procedimento ulterior do governo imperial, nada podia adiantar nem devia dizer. Vasconcellos insistiu, sem querer forçar o ministro a indiscrições. Alves Branco queria que a Fala do Trono houvesse incluído um tópico sobre esse desagradável incidente, quando mais não fosse para despertar o sentimento nacional.
Ainda no dia seguinte, Bernardo tratou do assunto. Se estivesse ainda pendente a negociação, o ministro não teria dito que a França recusava restituir o território ocupado. Que efeito proveio daí? Apenas o declararem senadores que se prontificavam a votar quaisquer sacrifícios exigidos pelo brio do país. "Nem um outro efeito podia produzir tal comunicação, nem eu espero que estes negócios possam ter outro andamento do que a continuação dos esforços diplomáticos, concentrando todos os brasileiros em seu coração o ressentimento pela afronta e ultraje que ao Brasil está fazendo o governo francês, para que, quando se ofereça ocasião oportuna, eles possam reivindicar a sua dignidade tão rebaixada pela prepotência francesa".
Lopes Gama ressentiu-se de parecer indiscreto com sua comunicação, e lembrou que o gabinete de 19 de setembro, sobre o mesmo assunto, havia participado à Assembleia o recurso à mediação inglesa, o que só se faz depois de perdidas as esperanças de conciliação direta. Se