A política exterior do Império v. III - Da Regência à queda de Rosas

o Senado convocasse uma sessão secreta, como a Câmara havia feito, passaria a dar-lhe os mesmos informes que fornecera à outra casa, mas em sessão pública tinha de se limitar ao que havia proferido.

Vasconcellos, mais uma vez, veio declarar que não censurara ao ministro, mas que achava más as discussões de fatos diplomáticos nas Assembleias, o que só servia para incandescer o debate e a opinião pública. Quanto ao pedido de mediação, indiscreto fora falar nele, se só tivesse lugar quando perdida a esperança de um acordo direto, como dissera o ministro; mas a ele parecia que tal invocação podia ser feita em qualquer fase do processo. E, no caso, estava a indicá-lo a reprovação quase unânime do Parlamento britânico, no tocante à ocupação territorial francesa, a sul do Oiapoque. Não errara, portanto, o gabinete de 19 de setembro.

No Brasil, a exaltação crescia. A arma econômica vibrada por Aureliano e Odorico Mendes ia produzindo depressão cada vez mais funda no comércio francês. Tanto impressionou e feriu os interesses deste, que a colônia do Rio se reuniu e, coletivamente, pediu ao barão Rouen para ter na maior e na mais séria consideração os clamores brasileiros no conflito guianense. De tudo, o diplomata mandava comunicação ao duque da Dalmácia.

Atendendo às solicitações de seus compatriotas na corte, o barão, a 8 de novembro de 1839, conferenciou com Lopes Gama. Ponderou que eram por demais concordantes os sentimentos de recíproca estima e benevolência das duas nações, para tolerarem um dissídio no único ponto em que os interesses de ambas não eram comuns. Tencionava propor um acordo, digno para as duas coroas; mas, antes de escrever a Soult, desejava conhecer o pensamento do Brasil sobre o seguinte projeto: a França retiraria suas tropas, logo que os comissários delimitadores estivessem nomeados e reunidos, de acordo com o artigo 2° da Convenção de 1817.