Lopes Gama declarou que não queria dissuadir o enviado francês de propor um expediente conciliatório qualquer a seu governo, mas que, quanto ao sugerido, só o apoiaria se dele resultasse a evacuação do território ocupado, antes do início da negociação sobre a fronteira.
Quase simultaneamente, a 17 de dezembro, em Paris. Soult tinha mandado chamar a Araujo Ribeiro. Invocou, para merecer a confiança deste, o ser velho soldado, leal e franco; queria transmitisse ao governo imperial o sentimento sincero da França, a qual, longe de ter vistas ambiciosas sobre o Brasil, cordialmente só lhe desejava prosperidade e consolidação; o rei dos franceses era amigo da família de Bragança, amizade que podia ter grandes consequências; seu gabinete queria entrar em arranjos comerciais nos quais ambas as partes lucrariam; finalmente, estava ansioso por ver terminadas as recriminações que só poderiam acarretar desunião e resultados desastrosos; queria ele, pessoalmente, eliminar todas as queixas que o Brasil pudesse ter.
Cruzaram-se esta declaração e o ofício em que o barão Rouen noticiava o que se dera no Rio. Sem demora, produziu-se a consequência benéfica deste consenso de vontades: chegada em janeiro de 1840 a participação do ministro de França, a 4 de janeiro foi decidido em conselho de ministros o abandono do Amapá. A 22, comunicava-se o deliberado ao diplomata no Brasil, e este, a 24 de abril a fazia chegar às mãos de Lopez Gama, em uma nota em que salientava a cordialidade e o sentimento amistoso a que obedecia tal resolução.
A 5 de junho, respondia o ministro de estrangeiros à nota francesa, salientando que só se falava no Amapá, enquanto Soult, em nota de 3 de julho de 1839, citara um double poste. Tal divergência autorizaria delonga do governo imperial para aguardar a total evacuação da zona, mas, certo de que isso se faria, não hesitava em nomear imediatamente seus comissários demarcadores, que logo seguiriam para o Pará. Comunicou toda a correspondência