A política exterior do Império v. III - Da Regência à queda de Rosas

a descrevia como seguindo aproximadamente o rumo este-oeste pela cordilheira que Humboldt chamava de Parima, e que separava os sistemas fluviais que corriam, para norte, para o Orinoco e o Essequibo, e para sul, para o vale amazônico.

Nas próprias instruções dadas, em 1834, ao criador do litígio, o prussiano Roberto Schomburgk, fala-se no exame da serra que fornece os tributários ao Demerara, ao Essequibo e a outros rios que vertem para o Atlântico, nos limites ou na vizinhança imediata da Guiana inglesa. Em o relatório da primeira viagem sua ao Rupununi (1835-1836), declarou o mesmo explorador que o riacho Annay e o rio Rupununi se consideravam como limítrofes das possessões inglesas e das portuguesas.

Ao pedir à legação brasileira um passaporte para Schomburgk, a 28 de junho de 1837, dizia a nota de Palmerston que ele ia explorar a cadeia montanhosa que formava a linha divisória das águas das bacias do Amazonas e do Essequibo, e teria necessidade de várias vezes atravessar a fronteira e o território do Brasil.

Em carta de 25 de agosto de 1838, a sir Th. Fowell Buxton, e no ofício de 17 de dezembro do mesmo ano ao governador inglês Light, o geógrafo reconhece que Pirara estava em território brasileiro.

Nenhuma lacuna nessa malha de títulos portugueses ou brasileiros, e de reconhecimentos por parte dos países estrangeiros, sobre a posse mansa e pacífica até o Rupununi por parte dos portugueses, ou de seus sucessores do Brasil.

Toda a cartografia, igualmente, consona com os demais documentos favoráveis à posse portuguesa. No litígio levado ao arbitramento de Roma, a Inglaterra só pôde apresentar duas exceções, das quais uma nem sequer o era.

Um decalque, o de Hartsnick tomado por van Heneman e que ela queria aplicar, não ao mapa de D'Anville, mas ao de Hartsnick, constituía a primeira.