A política exterior do Império v. III - Da Regência à queda de Rosas

Alguns exploradores ingleses haviam chegado até o forte de São Joaquim, apesar das ordens de Portugal vedando o ádito de estrangeiros àquelas regiões.

Em 22 de janeiro de 1811, o comandante da fortaleza comunicava ao governador da Capitania do Rio Negro, Victorio da Costa, ter chegado nesse dia um índio uapixuna, filho de um principal que sempre fora amigo dos portugueses, e que o queria ser também ele; vinha, pois, avisar que três holandeses tinham subido o rio, e pretendiam descer pelo Tacutu até São Joaquim; para isso, o tinham despachado a fim de pedir ao oficial lhes mandasse uma canoa grande e soldados, se fosse de seu agrado, sendo eles de boa paz.

De fato, no dia seguinte, enviou o comandante uma montaria com oito homens, a examinar as passagens mais fáceis entre o Tacutu e o Rupununi. Durou uns oito dias a exploração. Antes de sua volta, outro índio chegou trazendo carta, que, no forte, ninguém pôde ler, por desconhecimento da língua em que estava escrita, a inglesa. Parecia, pelo dizer do emissário, que queriam embarcações ou cavalos para chegarem ao forte. Nesse pressuposto, respondeu o oficial que só poderia agir após consulta ao governador, o que ia fazer. Os mensageiros, que enviou aos exploradores, voltaram a 4 de fevereiro, dizendo que ficaram aflitos por terem a notícia que já estavam em territórios portugueses, no ponto intermédio entre Tacutu e Rupununi em que se achavam, e logo voltaram para o pequeno arraial, no último desses rios, donde haviam partido, afirmando não ter intenção de escandalizar aos portugueses, pois eram amigos verdadeiros, e queriam obedecer ao que determinasse o governador do Rio Negro.

Em carta de 14 de janeiro de 1811, diziam os exploradores quem eram: enviados por sir H. W. Bentinck, governador-geral de Demerara e Essequibo aos índios de sua jurisdição; a missão compunha-se de D. van Sirtema, John Hancock e D. P. Simon, redator da carta.