foi procurá-lo com cavalos arreados, a fim de o trazer até a aldeia à margem do lago Amacu, e hospedá-lo. Um dos seus companheiros foi a São Joaquim, mas Schomburgk, após um dia de descanso, tornou ao Rupununi, que ele próprio descreve como lindeiro.
Em 1837, iniciou uma segunda viagem. Prevendo possíveis entradas pelo território brasileiro, já que ele ia percorrer a zona limítrofe, Palmerston, em nota ao ministro brasileiro em Londres, Manoel Nuñes Galvão, pediu um passaporte para o viajante "que vai proceder ao exame da serra que forma a divisão das águas das bacias do Amazonas e do Essequibo" e acrescenta adiante "que forma a fronteira dos domínios britânicos e brasileiros na América do Sul".
Nessa exploração tomou posse solene e hasteou o pavilhão inglês nas nascentes do Essequibo. Em março de 1838, voltou ao monte Annay. Em maio, o missionário Youd se estabeleceu no Pirara, entre os índios. Em junho, missionário e explorador resolvem acolher-se ao forte de São Joaquim, e para isso despacham logo um portador ao comandante Pedro Ayres, explicando sua razão: passar ao abrigo a estação chuvosa.
A 30 de junho estavam no forte, onde foram carinhosamente recebidos, sendo postas duas casas a seu dispor. "Sinto-me verdadeiramente reconhecido à bondade e cortesia que me dispensaram", escrevia ele à Royal Geographical Society.
Instalou-se Schomburgk com ampla liberdade. Para ele, não havia segredos, nem reservas, por parte de Pedro Ayres. Ali teve ocasião de ouvir narrações de crueldades praticadas contra os índios por um bando que invocava o pretexto de recrutar soldados para o Brasil. Acreditou, ou simulou acreditar, que se tratava de caçada de escravos. "Foi talvez primeiro abalado pela ideia que os aborígenes teriam mais proteção abrigados ao pavilhão inglês e ao seio da Igreja Protestante, que era a dele", diz Nabuco, cujo admirável trabalho seguimos sem discrepância.