duas expedições. Militar, com quarenta soldados e dous oficiais, o tenente Edward Hayter Bingham no comando, a primeira, a que Crichton havia anunciado como sanção, para o caso de não ser abandonada dentro em quatro meses pelo destacamento brasileiro a região disputada. De limites, a segunda, comandada pelo tenente-coronel Roberto Schomburgk, que assim pagava o carinhoso acolhimento que lhe dera o comando do forte de São Joaquim, em 1835, e nos anos seguintes.
O conjunto da força trazia cinco peças de artilharia, e logo ocuparam os militares as casas do povoado, começando pela melhor, a do missionário católico, frei José dos Santos Innocentes. Desarmaram o soldado preto que se achava de sentinela diante da habitação do frade, fizeram barricadas com sacos de terra e instalaram duas peças. Fronteiro ao mesmo presbitério, Schomburgk abarracou com sua gente, colocando três peças em posição.
Frei José estava ausente quando chegaram esses hóspedes importunos. Missionando na serra do Banco, só a 26 de fevereiro tornou ao povoado, de volta, avisado do que ocorria por Leal, que, do forte de São Joaquim, lhe tinha enviado a carta de 17 de fevereiro pela qual o tenente Bingham lhe remetera a nota oficial do governador Light, datada de 18 de dezembro de 1841. O funcionário inglês comunicava que tinha ordens peremptórias para exigir a retirada imediata do destacamento de Pirara, enquanto terminavam as negociações entre os dous governos; retirada que não podia ser nem diferida, nem adiada, e que as tropas de ocupação tinham instruções para assegurar o cumprimento dessa decisão.
Houvera delonga em receber notícias de São Joaquim, tanto que a 23 de fevereiro Bingham mandara segunda carta ao comandante do forte, pedindo resposta. Leal estava fora do povoado, e, quando recebeu a primeira missiva, teve de mandá-la a frei José, na nova missão que estava fazendo na serra do Banco.
Essa, a explicação que o religioso deu a Schomburgk.