A política exterior do Império v. III - Da Regência à queda de Rosas

com dous canhões, capaz de expelir a invasão de Schomburgk e de Bingham. Ao mesmo tempo, a 27 de abril, oficiava ao governo imperial pedindo autorização para dar a ordem de ataque, considerando a operação das mais fáceis.

E era mesmo, tanto que, nas suas comunicações para Georgetown, Schomburgk e Bingham manifestavam o receio de se não poderem manter, se fossem atacados. Tudo lhes faltava: os índios roubavam-lhes as canoas; víveres não tinham, tanto que só dispunham de carne de gado laçado por desertores de São Joaquim; farinha, para a poderem ter, teve de ser adquirida no forte, ao qual Schomburgk recorreu, no aperto em que se achava, encontrando o mais humano acolhimento; colaboradores, só possuíam os que lhe forneceram os elementos locais subordinados aos brasileiros.

Do Rio, não veio a ordem ofensiva. Já sabia o governo imperial, avisado pelo ministro Marques Lisboa, que lhe havia transmitido a nota de lord Aberdeen, na qual se dizia que os incidentes do Pirara não dariam lugar a um rompimento.

Do Pará, Rodrigo da Silva Pontes, sucessor de Sousa Franco, na presidência da província, havia dirigido formal protesto ao governo de Demerara, a 2 de maio, e, a 6, ao governo britânico, por intermédio do cônsul em Belém.

Na côrte, Aureliano pediu explicações ao ministro inglês, e mandou pedi-las, em Londres, pela legação brasileira.

A Hamilton, a 17 de julho, aludia às aparencias de hostilidades e ao caráter de violência, assumidos pela invasão do território nacional, mas queria crer terem sido ultrapassadas as ordens do governo inglês. Por isso, pedia esclarecimentos.

Tinha razão o futuro visconde de Sepetiba; dous dias antes de sua nota, que era de 17, a 15 de junho partira de Londres ordem para evacuar o Pirara. Durante seis meses