A política exterior do Império v. III - Da Regência à queda de Rosas

termos precisos do acordo, Pirara e suas circunvizinhanças. Para a Inglaterra, porém, era todo o território mencionado por Schomburgk, do Cotingo, e do Tacutu para este. Embora José Clemente, ministro da Guerra, previsse uma decisão pelas armas, declarando que antes ser vencido do que atentar contra a honra e a dignidade nacional, melhor seria ainda evitar o conflito. A Inglaterra, nos tempos do dissídio, pendia a limitá-lo ao Pirara, para ter liberdade de movimentos no restante da zona. E o Brasil não tinha recursos para resistir vitoriosamente.

Solução única, apesar de constrangida, foi aceitar a neutralização como se estendendo a toda a demarcação de Schomburgk, por mais que tal anuência bradasse contra o direito e o histórico das divergências. Era, porém, o único preço possível para coibir a invasão britânica em todo o território ameaçado pelo movimento de Georgetown, encabeçado pelas autoridades da colônia e da metrópole, mas, em realidade, impelido e propugnado pela audácia e pela inteligência do geógrafo e explorador.

Óbvio, o interesse do Império em dar pronto desfecho à questão. Era a velha tese de Utrecht que estava em jogo, o ádito ao vale do Amazonas na posse exclusiva dos portugueses, ou dos brasileiros seus sucessores.

A Inglaterra, que em começos do século XVIII fora estrênua defensora dessa política contra a França, invasora das terras do cabo do norte pertencentes à coroa de Bragança, vinha agora violar sua primitiva doutrina, penetrando, ela própria, no vale do Pirara, afluente do Maú, este do Tacutu que desaguava no rio Branco, e por este e o rio Negro misturava suas águas ao corrente amazonense. Que autoridade moral lhe restaria, então, para garantir as estipulações de Ultrecht, contra o desrespeito francês ao limite do Oiapoque e do cabo de Orange?

Daí, o desejo veemente do governo imperial, de, quanto antes, encerrar o incidente, de modo definitivo e