A política exterior do Império v. III - Da Regência à queda de Rosas

ponderou Araujo Ribeiro? ou então, ficassem mesmo onde estavam, o Brasil prometendo não só não molestá-los, mas sim protegê-los? Aí, Aberdeen, sarcástico e azedo, exclamou: \"Nous fier à vos promesses!, nous fier à vos promesses!...\" O plenipotenciário americano, surpreso do tom hostil, indagou porque não acreditava nas promessas do Brasil. Ora, retrucou o secretário de Estado, as promessas de tratar bem os escravos tinham sido numerosas, e desrespeitadas sempre.

Não há escravos mais bem tratados do que os do Brasil, revidou o emissário do Rio. Aberdeen acrescentou então que a proteção dada aos índios se reduzia a escravisá-los. Erro, ouviu em resposta, \"não existe escravidão dos selvícolas no território brasileiro\", e que o tratamento deles era benévolo, estava provado pela afluência deles nos povoados, vilas e cidades do norte, enquanto, nas possessões britânicas da Guiana, eles morriam aos magotes, ao contato dos brancos. \"Çà tient à d\'autres causes\", desconversou o inglês, e voltou a insistir pela divisa que propunha.

Impossível, declarou seu interlocutor; seria deixar abertas as fronteiras. Fronteira aberta!!! mofou Aberdeen; fronteira aberta, repetiu, em país como esse, ermo e acessível por todos os lados... Teve então de explicar Araujo Ribeiro o que queria dizer: senhores de uma das margens dos rios Maú e Tacutu, navegariam até o rio Branco e o Amazonas. Seriam proibidas tais navegações, contrariou o ministro. Impossível, afirmou o brasileiro, quando povoadas de ingleses as margens fluviais.

Não queriam terras, novamente disse o lord, após uma pausa. A questão era dos índios. Estariam dispostos, ao menos, a conceder Pirara e suas imediações? A primeira vista, no mapa, a demarcação pareceria chocante, mas isso não tinha importância.

Aí, Araujo Ribeiro hesitou, procurou ganhar tempo, examinando o mapa. Não via, respondeu afinal, como se poderia traçar essa linha formando bolsa, essa