A política exterior do Império v. III - Da Regência à queda de Rosas

execução explica todas as hesitações, e aparentes duplicidades no roteiro oficial seguido pelo Brasil, antes de Eusebio de Queiroz.

Sinceros, protestos e medidas abolicionistas surgiam nas Câmaras, e por vezes amparadas pelo governo. Votavam-se, mesmo. Na prática, a hostilidade fundamental da classe agrícola, onde se recrutavam todas as autoridades, anulava os passos dados.

O governo inglês, julgando pelos resultados, atribuía à má-fé oficial, o que era simples reflexo da luta entre os chefes, sinceramente adesos ao pensamento liberal de abolir o tráfico, e a oposição passiva de seus subordinados e da massa fazendeira. Desse mal-entendido, e da inabilidade política repressora dos cruzeiros britânicos, saíram prejudicados todos, a começar pelo próprio alvo libertador, pois o comércio negreiro procurou, e conseguiu colorir sua nefanda atividade de protesto patriótico(?!...) contra a imposição estrangeira.

Todos os meios se empregaram para violar a lei.

Na Câmara se ouviam queixas e acusações. A 13 de maio de 1831, Odorico Mendes comunicava estar sendo cometido o grande abuso de introduzir escravos por contrabando, sob a bandeira portuguesa. O fato era público, e negociantes anunciavam o preparo de expedições destinadas a esse fim. Pereira de Brito, deputado pernambucano, relatou um fato desse gênero, mas sob pavilhão francês. Cunha Mattos declarava que o contrabando estava generalizado também nos portos do sul. Castro Alves aludiu à mortalidade aterrorizadora dos negros, citando exemplo de um barco que tinha trazido mais de duzentos, dos quais em poucos dias apenas setenta sobreviviam.

Honório Hermeto, também, lembrou a falta de leis para punir tais horrores; preciso se tornava forçar os contrabandistas a reembarcarem os cativos para a África, além de outras cláusulas penais. Lino Coutinho, apoiando