A política exterior do Império v. III - Da Regência à queda de Rosas

sido relaxadas, não haviam sido indenizadas. Ao governo inglês parecia inadmissível negociar nesse ponto, alegando ele que o tribunal já se pronunciara por sentença. Tinha ido a ponto de recusar arbitramento sobre tais casos. Contudo, o ministro Bento da Silva Lisboa já cumprira o determinado na lei do ano anterior, por sugestão de Calmon, e nomeara uma comissão liquidante do valor das embarcações apresadas, a fim de se instruírem as reclamações.

Quanto às consequências do bloqueio do Prata, a discussão da legitimidade das presas feitas pela esquadra imperial tinha descambado para tal nível, que o ministro declarava nada ter que acrescentar às minuciosas explanações dadas por seu antecessor, Carneiro de Campos, "que me livra do pungente desgosto de falar em um tão triste assunto. Só acrescentarei que a negociação havia chegado a tal ponto de azedume, que ou se devia rejeitar todo e qualquer ajuste com o governo inglês, expondo-se às consequências, que consigo acarretaria essa rejeição, ou ceder-se à imperiosa força das circunstâncias, protestando-se contra as fortes exigências do ministério inglês; o que o governo brasileiro praticou com toda a dignidade e energia, como se verá logo que se publicar a correspondência que tem havido entre as duas cortes".

Por decretos de 7 de novembro de 1831 e de 23 de outubro de 1832, as indenizações de presas já liquidadas andavam em 1.150:665$759, sendo 724:926$344 para o pavilhão inglês, 256:051$915 para o francês, 40:000$000 para o sueco, 84:000$000 para o norte-americano, 26:000$000 para o dinamarquês, e 19:687$500 para o holandês. Haviam de se elevar a muito mais. Acusando amargamente ao barão do Rio da Prata, pelas ilegalidades feitas no bloqueio do estuário platino, Aureliano, em 1833-1834, declarou já terem sido pagos 5.815 contos de indenizações, e que ainda havia alguma cousa a liquidar. Em seu relatório, donde extraímos