decorrentes do desnível das classes, e as agruras da vida difícil, que vinham perturbando o ambiente desde a Independência, e se tinham agravado com o 7 de abril. Com sessenta anos de antecedência, prenunciavam Canudos e os fanáticos do Contestado paranaense.
No Rio, foram francamente de indisciplina militar os motins de julho de 1831, com uma liga de elementos exaltados. Assim também, os da Paraíba. No Pará, ainda foi obra de união entre os mesmos elementos exaltados e militares sediciosos, aos quais desbaratou a vigorosa repulsa do comandante das armas, o general Soares de Andréa. Em Pernambuco, os barulhos de setembro foram provocados pela desordem da tropa, e vencidos pela população civil; já em novembro, uniram-se os oficiais a políticos exaltados, e deram às bernardas cunho xenófobo pela exigência da expulsão dos portugueses e dos inimigos da Independência. Análogo, o movimento da Bahia, em princípios de abril. Mera explosão de indisciplina, os distúrbios de Santa Catarina.
Já no Ceará, a revolta chefiada pelo coronel Joaquim Pinto Madeira foi política, restauradora; durou longos meses, chegando a contar 3.000 homens em armas. Só por 1833 terminou, pela prisão de seu chefe pelo general Pedro Labatut. Em 28 de novembro de 1834, cerceados os meios de defesa, morreu fuzilado, assassínio judiciário de que a fama acusou ao senador José Martiniano de Alencar, presidente da província. A superabundância da documentação que o inocenta é o único traço denunciador da preoccupação de poder ser suspeitado.
Já se notam as características que, na zona dos Cariris até o São Francisco, se verificaram uniformemente em tais movimentos. Dizia o presidente da província: "Seus soldados (tudo gente de cor, a que ali se dá vulgarmente o nome de Cabras) são entusiasmados pelo duplicado incentivo do roubo e do fanatismo religioso; pois o Padre Antonio Manoel lhes prega, com um crucifixo na