A política exterior do Império v. III - Da Regência à queda de Rosas

Destituído José Bonifácio da tutoria, cumpria tirar as consequências do ato. Em primeiro lugar, substituí-lo por pessoa inteiramente isenta de suspeição. Aureliano, ministro da Justiça, propôs para o cargo vago ao marquês de Itanhaém, seu amigo, de cuja aptidão se tornava garante. Provou o acerto da escolha, o período decorrido até 1840, sete anos durante os quais no ambiente imperial se não cuidou de partidos, de grupos, senão do Brasil tão somente.

Para completar o estado-maior incumbido da educação e do ensino, e de presidir ao trabalho dos demais professores especiais, foi indicado frei Pedro de Santa-Mariana, mais tarde bispo de Chrysopolis.

Quem era e o que valia esse carmelita, descreveu-o Vilhena de Moraes no interessantíssimo escorço biográfico publicado recentemente, por ocasião do centenário do nascimento imperial.

Largo influxo exerceu no ânimo de seu discípulo. Teve, embora não fosse política, parte notável na resolução de D. Pedro em aceder à antecipação da maioridade. Do quanto o considerava, além das honras que lhe concedeu e que tanto relutava aquele em aceitar, dá prova complementar o fato de ir o Imperador todos os anos visitar-lhe o túmulo, no convento da Lapa, no aniversário do falecimento do douto frade.

Na longa carreira do magistério, na Academia Militar do Rio, tivera frei Pedro educandos numerosos; entre os mais notáveis, o jovem Luiz Alves de Lima e Silva, que ulteriormente seria o duque de Caxias, e Paulo Barbosa da Silva, amigo de Aureliano. Por 1833, era Paulo Barbosa mordomo do paço. Conhecia o valor do mestre, e por isso o indicou ao novo tutor.

Formava-se assim um grupo homogêneo de amigos do ministro da Justiça, em torno do futuro imperante. Mais tarde, como se reuniam por vezes na chácara que o mordomo possuía em Catumbi, foram chamados membros do Club da Joanna, do nome do rio que banhava a propriedade.