A política exterior do Império v. III - Da Regência à queda de Rosas

governo republicano era muito exposta a uma investida inimiga. Para remediar a esse grave perigo, resolveu-se a mudança para Caçapava, de difícil acesso, o que a garantia contra um ataque dos adversários.

Logo que, em 1839, a estação permitiu que se movimentassem as tropas, procurou Elisiario levantar o assédio da capital. Foi mal sucedido, pois Bento Manoel, vindo das Missões, onde se achava, colocou-se à margem do Cahy e apoderou-se de duas canhoneiras e de um lanchão pertencentes ao Governo Imperial. O general imperialista intimidou-se, e limitou-se a defender Porto Alegre contra os 4.000 farrapos que se achavam em Vila Setembrina, novo nome, com o qual haviam batizado Viamão. E, entretanto, Elisiario dispunha na província de uma força de 7.000 homens aproximadamente!...

Não correspondia o presidente e comandante das armas aos intuitos que haviam ditado sua nomeação. Além do que, gozava entre a oficialidade de fraco conceito, fácil de ser explorado contra ele, nesses tempos de exaltado nacionalismo, e sendo ele português de nascimento. Tudo junto, e receoso o governo legal de um levante da tropa, resolveu mandar ao Sul, em missão, o ministro da guerra Sebastião de Rego Barros, que em março de 1839 chegou a Porto Alegre. Voltou para a arte a 6 de maio, tendo reforçado as colunas em operação. Voltava com a opinião, que expôs ao Parlamento, de que brevemente o governo disporia no Sul de 9.000 soldados, distribuídos com a maior prudência: ao contrário, trazia informes de que os rebeldes se achavam desmoralizados.

Ao invés de tais previsões, sob o mando de Bento Manoel, organizou-se uma expedição que visava conquistar um porto de mar que servisse de base naval aos corsários que os rebeldes tencionavam armar. E caminharam sobre a Laguna. David Canabarro chefiou a expedição que conseguiu capturar sem combate 4 escunas de guerra, 14 embarcações mercantes, 36.620 cartuchos embalados,