A política exterior do Império v. III - Da Regência à queda de Rosas

os rebeldes, pois, mantidos na campanha, não ousavam chegar ao litoral onde forças superiores os desbaratariam. Estava dada a prova de que, nesta guerra, na fase a que tinha chegado, a mobilidade, isto é, a posse de cavalos era o essencial.

Na mesma data, 17 de abril de 1841 empossaram-se conjuntamente em Porto Alegre o novo presidente da província, que voltava a ser o Dr. Saturnino de Sousa e Oliveira Coutinho, e o comandante das armas, o conde do Rio Pardo. Os rebeldes, ante o malogro de suas expedições de longo alcance, sentiam a necessidade de se reabilitarem perante a opinião rio-grandense, mas estavam cerceados em seus movimentos, vedado como lhes estava o litoral. Corriam pelo interior, sem se chocarem com grandes massas imperialistas. Em novembro de 1841 sofreram em São Gabriel uma derrota às mãos do legalista Chico Pedro, que lhes bateu a guarnição, prendeu 23 homens e tomou 400 cavalos; em 20 de janeiro, Bento Gonçalves atacou inesperadamente Chico Pedro, o Moringue como o apelidavam, é batido perdendo 36 homens, 20 prisioneiros, 200 cavalos. Ainda em novembro de 1840, no Rincão Bonito, João Propicio de Menna Barreto mata-lhes 120 homens, faz 182 prisioneiros, toma 800 cavalos e toda a bagagem.

Era claro que ia baixando o prestígio dos farrapos. O conde do Rio Pardo, entretanto, nada fazia e não sabia de Porto Alegre. O que sustentava a rebelião eram as proclamações e ilegais representações que o partido liberal punha em circulação, mormente em Minas Gerais.

Com efeito, com a ascensão de D. Pedro II ao trono, um espírito novo havia surgido, ao qual não era estranha a onda perturbadora no norte do Brasil. Da Cabanagem, duramente vencida no Pará por Andréa, haviam sobrado faúlhas que talaram, desde 1839, os campos do Maranhão, constituindo a famosa e cruel balaiada, do nome de seu chefe, Ferreira Balaio, cujos malefícios só após quase dous anos tiveram fim. Embora fingissem arvorar princípios e doutrinas liberais, não eram mais do que