reputado essencial. Por outro lado, Caxias sabia o que se poderia fazer com a infantaria e havia comandado e combatido no Norte, em São Paulo e em Minas em que a tropa a pé é o clemente predominante; sabia comandar e fazer marchar a tropa de infantes. Algumas de suas marchas ficaram celebres; partindo do Livramento com 4.000 praças e 9.000 cavalos, chegou 48 horas depois em São Gabriel, por exemplo, a 24 léguas de distância.

Não impediam essas considerações que o general providenciasse diplomaticamente para chamar a si os elementos aproveitáveis da província e buscasse estacar a corrente contínua que provia os rebeldes de cavalhada e mantimentos, e cujas origens eram o Uruguai, Corrientes, onde se acolhiam fora do Rio Grande os bandos batidos e perseguidos no território pátrio. Os maiorais da república de Piratiny haviam pactuado secretamente com Rivera, no Uruguai, em 5 de julho e 28 de dezembro de 1841, prometendo, em troca de 2.000 cavalos, fornecer 200 cavaleiros e 500 infantes. Ajustaram combater juntos contra o governo de Entre Rios. Até então, o governo imperial havia protestado em Montevidéu, sem êxito aliás. Agora, em 27 de maio de 1843, acreditava na capital da vizinha República, como ministro residente, ao Dr. João Lins Vieira Cansansão de Sinímbu, incumbido de vigiar e coibir as inteligências dos rebeldes com os elementos riveristas que lhes sustentavam a atividade.

Fomentar a colaboração com o governo Geral dos seus simpáticos no sul, foi outro aspecto da missão de Caxias. Seguia as pegadas de Soares de Andréa nesse ponto, e com êxito, apesar da desconfiança que no Rio se manifestava quanto à coadjuvação de Bento Manoel. Esse espírito de combate e de negociação é fácil de vislumbrar na proclamação que endereçou à província no dia de sua posse, a 9 de novembro de 1842. Aconselhou ao governo Imperial entender com Rozas em Buenos Aires e seu representante em Montevidéu, o general Manoel Oribe, os quais, nos auxílios aos farrapos, podiam significar muito