A política exterior do Império v. III - Da Regência à queda de Rosas

Santa Maria. Assim era impossível aos farrapos reunir-se em grupos numerosos, sem correrem o risco de ser destroçados por seus adversários. Essa perseguição sem tréguas, desalentando aos revoltosos, sofreu um período de exceção, quando se fez a expedição de Paipasso, onde se encontrou o arsenal abandonado dos insurrectos, com cinco bocas de fogo; grande porção de ferro em barra, muito armamento de infantaria e de cavalaria, tornos de ferreiro, granadas carregadas, tinta e óleo, muitas balas de fuzil, lanças, couraças e até uma farmácia de campanha, adquirida em Montevidéu. Essa expedição ainda logrou ocupar a vila de Alegrete com uma força de 700 homens, constituída por um batalhão de caçadores e um esquadrão de cavalaria. Era um forte golpe nos rebeldes, pois Alegrete era um de seus principais centros de abastecimento, e de recursos pecuniários.

Essa divisão do exército imperial em duas colunas levou os rio-grandenses insurrectos a procurar batê-lo, escolhendo para alvo dessa almejada derrota a força ao mando de Bento Manoel. Esta contava 1.200 infantes, 1.000 cavalarianos, 2 bocas de fogo, reduzido esse total apenas a 1.600 homens, contra as quais se lançaram cerca de 2.500 combatentes chefiados por Bento Gonçalves, Antonio Netto, David Canabarro, João Antonio e Jacintho Guedes, no local chamado Ponche Verde.

Após duas horas de entrevero, ficaram vitoriosas as forças legais apesar de terem 30 mortos e 500 feridos, contra as seguintes perdas dos revoltosos, 100 mortos e 200 feridos. Bento Manoel saiu ligeiramente ferido no braço e no peito esquerdo. Nesse sucesso de Ponche Verde, tomavam parte forças orientais riveristas, que se faziam passar por argentinas. Entretanto, venceram os legalistas.

Ponche Verde, a vitória de Paipasso e a tomada de Alegrete foram grande alento para os imperiais, produzindo efeito contrário nos seus adversários; foram aumentando as deserções nos seus partidários, e daí por diante