A política exterior do Império v. III - Da Regência à queda de Rosas

Oliveira Coutinho, o futuro visconde de Sepetiba, dirigira-se a José Bonifácio, que lhe confirmou o rumor.

O governo, ante a falta dos juízes, que nada haviam participado ao ministro, suspendeu-os por tal omissão e por terem causado grave apreensão pública.

Irritado, o grande Andrada tornou a mudar para o paço da Boa Vista, em São Cristóvão. Logo recomeçaram a correr notícias de ser o palácio um centro de conspirações, até que, em princípios de dezembro, se deu o incidente no natalício do Imperador.

Nas iluminações gerais com que se festejava a data, julgou um grupo, infenso à restauração, ver o retrato do duque de Bragança na frontaria da Sociedade Militar, no largo de São Francisco de Paula. Era infundada a suspeita, e mal deixava o espírito crítico dos censores, capazes de confundir com a efígie do ex-imperante uma figura que com ele nada tinha de comum.

Em tempos perturbados, tudo é pretexto para barulhos. Assim aconteceu, a 5 de dezembro, com a invasão da sede do clube político, e destruição de seus móveis, aos gritos de: "viva o Imperador! Viva o Ministério! Viva a Constituição reformada..." Acrescentavam os mais exaltados: "fora os caramurus. Fora o tutor..."

Daí, a assinar uma representação à regência, pedindo fosse removido José Bonifácio, mediava um passo; as folhas, em plena praça, iam-se cobrindo de firmas. Continuou o atropelo, e empastelou-se a tipografia do Diário do Rio, folha regressista.

O governo interveio, prudentemente, para manter a ordem, e os juízes de paz foram avisados de que grupos e ajuntamentos se não deviam admitir. A 6 de dezembro a regência, por uma proclamação, tranquilizou o povo e ordenou cessassem as manifestações públicas. Aureliano insistiu nessas recomendações, em aviso aos juízes de paz do 1° distrito da freguesia do Sacramento.

Toda a perturbação girava em torno da tutoria. Mas só a 14 de dezembro deliberou a regência destituir