A política exterior do Império v. III - Da Regência à queda de Rosas

em vez de aproveitar o enfraquecimento temporário do inimigo.

Ao mesmo tempo, negociava-se, e usavam-se meios de cordura. A 2 de março de 1840, o brigadeiro Gaspar Francisco Menna Barreto, amigo de Bento Gonçalves e, como ele, maçom, conferenciava com o chefe rebelde, por ordem do Dr. Saturnino, sobre os meios de pôr fim à guerra. A 3, respondia o presidente republicano, impondo condições: provar o delegado imperial ter poderes para tratar, fazer retroceder sua força toda para Porto Alegre. No dia seguinte, vinha a réplica: recusa peremptória de atender às preliminares do general revoltoso, e, como promessa, somente a de perdão e esquecimento do passado, com garantia de vida e de propriedade, honras e postos legais; isto mesmo, para os que se mostrassem arrependidos. Cessaram as trocas de vistas, para dar lugar a operações de guerra, para as quais Manoel Jorge se mostrava tão cansado.

Tanto o exortou o presidente Saturnino de Sousa e Oliveira, entretanto, que se resolveu a dar sinal de vida. Em março, ocupava a linha do Cahy, e ordenou a Bonifácio Calderón invadir Caçapava, capital da república rio-grandense. Cumprida a missão, a 22 entrou na cidade, abandonada pelos revolucionários; retrocedeu então para o Cahy, enquanto o governo republicano voltava tranquilamente à sua antiga sede. Prova clara de incapacidade militar do comando, a esgotar sua força em passeios militares sem alvo nem propósitos.

Outra incumbência mais seria cometida a Soares de Andréa: organizar em Santa Catarina uma divisão que seguisse para o Rio Grande cooperar com o exército legal. Realizado o plano, ficariam envolvidas as tropas irregulares de Bento Gonçalves, em torno da vila Setembrina, entre a esquadrilha de Grenfell, as colunas de Manoel Jorge e a divisão vinda do norte. Não se realizou o plano, pois o trecho entre Laguna e as cercanias de Viamão estava cheio de rebeldes, e o destacamento de