A instrução e o Império - 1º vol.

se disponha gradualmente e escutar os oráculos da verdade, a reconhecer sua voz, e a não confundi-la com os sofismas da impostura; releva que a sociedade, deitando mão de todos os meios fáceis e simples da instrução e oferecendo-a livremente, aos que a procuram, a reparta na razão direta dos diversos serviços que demande.

II — A necessidade de dividir a instrução pelos moços, em diversos graus, torna-se ainda mais sensível se refletirmos na desigual fortuna de seus pais, nas diferentes circunstâncias em que se acham suas famílias, e no estado para que se destinam, dados estes que de força fazem variar o tempo, que o menino deve empregar em instruir-se; se igualmente refletirmos no progresso gradual, e desigualdade de suas faculdades inteletuais o que faz que nem todas as doutrinas possam ensinar-se em todas as idades, e que doutrinas ensinadas pelos mesmos métodos não possam ser aprendidas por todos durante o mesmo número de anos, graduando, pois, os diversos cursos de instrução por estas vistas, concluo, que a soma de conhecimentos oferecidos a cada homem, deve proporcionar-se aos serviços de diferente ordem, que o Estado aguarda; ao tempo que cada moço pode empregar no estudo sem prejuízo de seu estado; à força da sua atenção; à extensão de sua memória; e finalmente à facilidade e precisão de sua inteligência.

III — De razões tão óbvias e justas, deriva-se a necessidade de leis especiais de instrução; na primeira e mais comum, a sociedade deve ter por fito: 1º - ensinar a cada um aquelas verdades, que são úteis e necessárias à toda qualquer que seja a sua profissão ou gosto, atendendo ao grau de sua capacidade, e ao tempo, de que pode dispor; 2º - conhecer