dos fatos, que formam a história complicada de um povo, porque iguais conhecimentos se adquirem com mais facilidade pela leitura; porém sem que ele dê uma explicação mais ou menos externa de um quadro ou tabela que seguindo a ordem dos tempos apresente para cada época a distribuição da espécie humana no globo, seu estado em cada uma destas divisões; seus climas, suas produções indígenas úteis, suas relações com outros povos etc., e o nome dos homens que por suas luzes, e trabalho, mais influíram para sua felicidade. Por meio destas tabelas o discípulo aprenderá a ordem no espaço e no tempo, os fatos e observações diversas, que lhe forem transmitidas, habituar-se-a a abarcar suas relações e a criar para si uma filosofia da história, o que não acontece no estudo de fatos isolados, que espalhados nas diferentes páginas de um livro, instantaneamente se riscam da memória, e que, para se conservarem, exigem ao discípulo, que forme iguais em seu pensamento .
V — Quanto ao ensino da arte de exprimir e desenvolver as ideias, digo, que suas regras se devem conformar com os efeitos, que dela se requerem. Na antiguidade, tempo em que se desconhecia a imprensa, e havia mister de persuadir e seduzir os povos pelo dom da palavra, esta arte se reduzia meramente a ensinar o modo de bem falar, e os progressos que ela fez, mostram de quanta importância era aos seus olhos. Depois da invenção da imprensa, mudaram as circunstâncias; escreveu-se nos negócios particulares, imprimiu-se nos negócios publicos, e dest'arte decidiram-se as questões e a proporção que cresciam as luzes de uma nação, cresceu também a facilidade de espalhar rapidamente as ideias por meio da impressão; portanto, a arte de escrever discursos