A instrução e o Império - 1º vol.

ou por dinheiro; podem mesmo traduzir-se alguns, que há em outras nações cultas, particularmente a alemã, que mais se tem assinalado nesta espécie de instrução, apropriando-se ao sistema estabelecido neste plano, e depois fazê-los examinar, por aquela corporacão ou pessoas literatas e sábias, a quem o soberano haja de confiar iguais exames.

II — Como porém o segundo grau de instrução trata das ciências mais em particular, bem que ainda elementarmente, por isso me parece justo, se deixe a cargo do mestre a escolha dos livros, porque quer ensinar, fazendo-os, traduzindo-os, ou aproveitando os que há na nossa língua; desta maneira mantém-se nele uma atividade útil, ata-se um novo motivo de emulação, e se ele concede a liberdade de comunicar aos seus discípulos as descobertas, úteis e curiosas que o progresso não interrompido das ciências pôde oferecer.

III — No caso de se pretender dar a devida execução deste plano, os mestres que se houverem de criar para as cadeiras, que ele exige, podem ser propostos no número de três, para cada cadeira, precedente exames e conhecimentos de sua capacidade ou pelo diretor dos estudos se na Capitania, ou pelo Tribunal encarregado deste ministério se na Corte, e dentre os três, escolhido e aprovado um pelo soberano; mas quando pelo correr dos tempos, se instituísse sociedades literárias, estabelecimentos que pela grande massa de luzes que procuram e disseminam são da maior necessidade nesta e outras Capitanias, então ficará a cargo de iguais sociedades, propor três mestres para cadeira, do diretor escolher um, e do soberano aprová-lo. Por um semelhante método há de se esperar mais luzes e imparcialidade na nomeação dos mestres, mormente, por não