A instrução e o Império - 1º vol.

das suas aplicações para que, criando-os e prolongando-os na ignorância, lhes conservassem uma subordinação e dependência tão injustas, como perniciosas clamarão altamente nestes reinos contra o método; contra o mau gosto; contra a ruína dos estudos; com as demonstrações de muitos, e grandes latinos e retóricos, que antes do mesmo método haviam florescido em Portugal até o tempo, em que foram os estudos arrancados das mãos de Diogo de Teive, e de outros igualmente sábios, e eruditos mestres. Desejando eu não só reparar os mesmos estudos para que não acabem de cair na total ruína, a que estavam próximos, mas ainda restituir-lhes aquele antecedente lustre que fez dos portugueses tão conhecidos na República das Letras, antes que os ditos religiosos se intrometessem a ensiná-los com os sinistros intentos, e infelizes sucessos, que logo desde os seus princípios foram previstos e manifestos pela desaprovação dos homens mais doutos e prudentes nestas úteis disciplinas, que ornaram os séculos XVI e XVII; os quais compreenderam e prediceram logo os erros do método a futura e necessária ruína tão indispensáveis estudos; como foram por exemplo o Corpo da Universidade de Coimbra que pelo merecimento de seus professores se fez sempre digna da real atenção, opondo-se à entrega do Colégio das Artes, mandada fazer aos ditos religiosos no ano 1555; o Congresso das Cortes que o Senhor Rei D. Sebastião convocou em 1552, requerendo já então nele os povos contra as aquisições de bens temporais, e contra os estudos dos mesmos religiosos; a Nobreza, e Povo da cidade do Porto, no assento, que tomarão a 22 de novembro de 1630 contra as escolas, que naquele mesmo ano apenas aos que a elas fossem ou mandassem seus filhos estudar... Sou servido privar