A instrução e o Império - 1º vol.

capacidade das casas, já à nímia latitude que a lei dá à autoridade paterna; por isso que não sendo os pais obrigados a mandar seus filhos às escolas, os retiram delas justamente quando principiam a poder ser úteis ao ensino pelo seu adiantamento, anulando-se deste jeito um dos recursos deste método de ensino. (Do relatório do ministro Visconde de Macaé).

1850 — Diz o ministro que subsistem ainda todos os males apontados nos anteriores relatórios. Este mal subsistirá enquanto não for, como convém, cortado pela raiz. Consiste este mal na falta de unidade de pensamento bem compreendido e que tenha em todas capacidades do magistério um desenvolvimento conveniente. O meio de removê-lo é pois organizar um plano de instrução, subordinando-o por toda a parte a uma só e mesma inspeção que figurando com a fonte ou origem daquele pensamento possa velar no seu cabal desenvolvimento; e cortar-lhe os vícios apenas se manifestem. Não é somente nas grandes escolas, nos liceus, nos colégios que se deve manter aquela unidade de vistas na direção, na disciplina, no método de ensino, e na variedade dos objetos que ele compreende; ela se deve estender a todas as espécies de que se compõe à instrução pública e deve portanto abranger a instrução primária, sistematizando neste gênero de ensino, de maneira que se lhe possa reconhecer um só centro de movimento e fiscalização que leve por assim dizer a vida aos espalhados membros desse grande corpo, e lhes transmita o pensamento e o método. Deste modo os mestres não serão mais, como até aqui, existências desligadas e incoerentes mas sim unidas e