como ao bem. Essa primeira ciência que recebemos na aurora da existência não é um fim, é um meio subordinado ao aperfeiçoamento moral, e sem a qual seria talvez antes prejudicial que útil. Ora o ensino religioso é nulo no sistema dos monitores, porque reduz-se à simples recitação material da cartilha. A educação, também aí não existe, porque a intervenção do mestre desaparece diante dos olhos da quase totalidade de seus alunos para ser substituída pela de outros meninos, sem nenhuma autoridade moral sobre o seu espírito.
Que admoestações, que direções fortes e fecundas podem ser dadas por monitores de 10 ou 12 anos, de modo que sejam aceitas por seus jovens companheiros? O mestre e o discípulo apenas se conhecem; nenhum laço de simpatia os une; e a palavra prestigiosa do mestre, que em um ensino todo dogmático impõe a crença e força a obediência, não soa aí ao ouvido do menino. Semelhante sistema era só próprio para o tempo e para as circunstâncias do país em que foi inventado. Ele teve a sua primeira entrada nos distritos manufatureiros da Inglaterra, onde quase nenhumas escolas haviam para uma inumerável população indigente e embrutecida pela ignorância. De todos os governos que caminham para a frente da civilização o inglês é o que menos tem curado da educação do povo. Pela primeira vez, em 1833, o parlamento inglês julgou que era justo apropriar à necessidade da educação de uma parte da renda pública, e autorisou o governo a sub- screver com 20 mil libras para construção de escolas públicas. Hoje em dia as coisas mudaram ali de face a este respeito, graças aos esforços das associações filantrópicas. Mas, no tempo a que nos reportamos na falta quase absoluta de escolas, julgou-se