Martins volta à tribuna para responder ao deputado paraense: lamenta que o seu ilustrado colega critique a tendência para o estudo das letras; se existe tal tendência, não é certamente animada pelo governo: no Brasil com seis milhões de habitantes, tem apenas 1.100 escolas de primeiras letras. Se os jovens procuram os cursos de medicina e o direito e deixam de dedicar-se a outros ramos de ciências e artes, não lhes cabe a culpa; desejosos de instrução buscam-na nas únicas fontes que se encontram entre nós; a culpa é dos governos, que não criaram universidades para darem outras tendências ao estudo da mocidade. O que se pode, com verdade, dizer, é que se não tem protegido, entre nós, suficientemente, as letras, tanto nas classes íntimas, como nas intermediárias e superiores. Longe, pois, de lastimar-se uma demasiada tendência para as letras, devemos deplorar a incúria e desleixo das nossas administrações, tanto geral como provinciais, em não lhes dar todo aquele desenvolvimento que elas exigem nos países civilizados". Deseja que a comissão de instrução pública elabore melhor plano e o acomode aos nossos hábitos e circunstâncias, atendendo a que entre nós os alunos vão frequentar o liceu, sem estudos prévios, aliás necessários. Cita o caso do ensino de música no Colégio D. Pedro II simples cantarola... O Sr. Sousa Franco apresentou uma emenda ao projeto mandando criar as cadeiras de botânica aplicada à agricultura, de geometria e química aplicadas às artes e manufaturas, e que as cadeiras de comércio da Corte fossem incorporadas ao programa do Liceu. Depois destas três sessões animadas, no mês de Julho, o projeto da criação do Liceu nacional desapareceu da ordem do dia, até maio do ano seguinte (1847). Em debate, de novo,