A instrução e o Império - 1º vol.

sofreu impugnação do Sr. Ferras, que diz estar informado que o governo trabalha no sentido de fazer alguma coisa pela instrução primária e secundária, e sabe também que o poder executivo não foi ouvido acerca do projeto em discussão. Ora, o ministro cuja ilustração a Câmara não contestará, cuja experiência profissional sobre a matéria não pode ser posta em dúvida, deveria ser ouvido. Pensa que uma reforma do ensino abrangendo todos os seus ramos, atenderia melhor o problema. Pede adiamento até a distribuição do relatório do ministro do Império, ou ouvirmos a sua opinião. O Sr. Torres Homem, da comissão de instrução, concorda com a audiência do governo sobre assunto tão relevante. Por estar convencido disto a comissão antes de apresentar o seu trabalho, levou-o ao ministro que concordou com grande parte de seus dispositivos. O adiamento é, portanto, dispensável, porque o ministro, membro da Câmara, aqui vem todos os dias. Não acredita que no ministério haja documento algum que interesse o caso. Como membro de uma comissão nomeada ultimamente pelo ministro para visitar colégios e aulas de instrução primária e secundária desta Corte, requisitei com os meus colegas os dados precisos e nada nos foi remetido. Informa à Câmara que o resultado dos trabalhos dessa comissão foi uma completa adesão ao projeto. Replica o Sr. Ferras: conto nada tem sido mais desprezado pelos governos, atual e passados, que a instrução pública no Brasil, mantém o seu requerimento até que sejam presentes à Câmara os trabalhos dessa comissão, a que se referiu o nobre deputado por Minas. O seu parecer é indispensável para a discussão do projeto. O Sr. Visconde de Goiana acha o projeto ocioso, dispendioso e inútil. Desejaria