A instrução e o Império - 1º vol.

Faço honra às capacidades do país; haverá alguns com boas habilitações, mas será essa pessoa que se tenha de mandar à Europa? A história do país tem provado que esses enviados à Europa, com poucas exceções, de nada tem servido, não estudam os objetos a que foram destinados. Vem alguns sabendo perfeitamente penetrar-se, ar elegante, bonitas roupas, apresentam-se com elegância nos bailes; mas transportar as ciências que vão estudar não tem sido o seu forte... Será por ventura o que nos convém em primeiro lugar qual seja a organização do ensino primário e secundário da Europa, quando mal sabemos qual é o estado do ensino primário do Império? Parece-use que antes de pretender aperfeiçoar, cumpre saber qual ele seja. Digo que mal sabemos do ensino primário do Império, porque dos relatórios dos ministros, dos presidentes da província apenas consta que há tantos estudantes nas escolas públicas, que tantos aproveitaram e que tantos não aproveitaram, etc.; mas isto será instruir o corpo legislativo? Temos por ventura alguns esclarecimentos dos métodos seguidos nas diferentes escolas? Nada sabemos. Tensos, ao menos, conhecimento das matérias que constituem a instrução primária e secundária em cada região ou província do país? Não. O projeto ainda se acha em falta por outro princípio, a saber: que não é, sem dúvida, a instrução primária e secundária dos países civilizados da Europa, transplantada para o nosso, a que oferece melhores vantagens. Julgo que precisamos de uma instrução especial adequada ao país: uma das medidas a adotar, como fundamental de instrução da mocidade, seria procurar dar outra direção às ambições dos jovens dirigindo-as a outros fins, e renovando-os desse intento de entupir as avenidas do poder para conseguir empregos públicos. É uma fome de emprego