público no Brasil que na verdade desanima. A razão é falta de boa direção na instrução, por consequência falta de conhecimento dos objetos que a reclamam, e não que essas inteligências não sejam superiores, não sejam capazes de prestarem serviços ao país, empregados convenientemente. Educam os nossos concidadãos para serem empregados públicos: e depois exigimos que eles se ocupem na lavoura e em outros ramos da riqueza nacional! Se não estamos convencidos de que uma instrução especial é necessária ao país, que proveito mandarmos à Europa um homem, que estude o sistema de organização do ensino público adequado a outra atividade?... Se são necessárias estas informações porque não incumbir aos nossos Agentes diplomáticos que tem todas as facilidades de colhê-las e em relatórios nos enviar?..." Os projetos, como os anteriores, tiveram adiados os seus andamentos.
O deputado pernambucano Henriques de Resende, em uma das sessões de 1848, a propósito de uma resolução autorizando o governo à reforma de estatutos dos cursos de ensino superior, depõe sobre os escândalos dos estudos preparatórios, mais de uma vez denunciados ao parlamento. "Em algum tempo eu me dei ao trabalho de ensinar latim; um dos meus discípulos veio um dia ter comigo, dizendo que um dos examinadores lhe dissera que ele ensaiasse em uma das Odes de Horácio, e em uma passagem de Tito Livio, que ele lhe daria ponto. Observei depois que todos os meus alunos só queriam dar Horácio e Tito Livio, e todos vinham com livros de segunda mão, com as marcas das odes onde havia de chegar a lição; o mesmo em Tito Livio. E não queriam passar daí; porque, como os lentes (do Colégio das Artes, em Olinda) faziam o exame de Horácio até o livro 2º das Odes, e de Tito Livio até tal