e esses, ainda mais abundando nas ideias dos estudos fáceis e a vapor, dirão que nesse curto período, além desses preparatórios, ensinarão grego, alemão, história natural, química e física, matemáticas, não só elementares, senão também especiais, e ainda em cima dança, música, desenho, o que sabia e o que não sabia o afamado Pico de Mirandola.
... De tantos colégios que existem e de não haver para o comum dos pais motivos mui positivos de preferência, resulta que pelo mais fútil pretexto: v. eg. por haver mais perto de casa outro colégio, por andar em um colégio o filho de um amigo ou de um parente, por qualquer desgosto com o diretor ou com algum professor, os pais tiram seus filhos de um e o levam para outro colégio, e não refletem no considerável atraso que com essas mudanças causam a seus filhos, obrigados a romperem com todos os seus hábitos e suas afeições colegiais, para irem, a par de caras novas, achar novos regimes, novos métodos de ensino. Com esses obstáculos lutam todos os diretores de colégios, os melhores e mais conceituados como os que gozam de menos consideração, e todos eles sentem a necessidade de uma lei, de um regulamento que os auxilie, e ansiosos esperam que chegue o dia em que o Governo Imperial possa atender-lhes.
Apresentarei agora algumas observações mais particulares acerca de defeitos inerentes aos próprios colégios. Nenhum deles é simples externato; todos admitem internos (alunos residentes no colégio) meio-pensionistas (alunos que vão para o colégio de manhã, à hora das aulas e retiram-se à tarde, depois da última aula) e externos (que assistem unicamente as aulas). Facilmente se compreende que essa confusão, essa promiscuidade é sumamente nociva.