A instrução e o Império - 1º vol.

seu criador insígne. Um só ficou: é o mesmo que hoje dignamente ocupa a cadeira de arquitetura.

"Os movimentos políticos que colocaram o Brasil na alta categoria de nação independente, talvez fossem os motivos que afastavam as vistas do governo de uma instituição meramente nominal. Enfim, em 1826 o visconde de São Leopoldo teve a feliz lembrança do dar-lhe uma real existência e no dia 5 de novembro do mesmo ano, verificou-se a abertura solene da Academia das Belas-Artes. Foi logo frequentada por discípulos, entre os quais alguns deram e continuam a dar provas de talento e não deixaram de influir no melhoramento de diversos ramos de indústria relativos às belas-artes assim mesmo, e operar da generosidade de filantropos protetores, quais o bispo desta cidade D. José Caetano, e o Marquês de São João da Palma, era este um estado de esmorecimento, por falta de emulação que nasce das recompensas públicas. No fim de 1831 os professores pediram ao governo e obtiveram do ministro do Império o exmº José Lino Coutinho, a autorização de redigirem novos estatutos, vindo a ser o trabalho deles aprovado com diversas modificações, e posto em vigor por um decreto da Regência, na data de 31 de dezembro do mesmo ano de 1831.

"Desde esta época o estabelecimento tem marchado com passos vagarosos, cumpre confessá-lo, porém nunca divergentes para o progressivo andamento. Graças a um socorro concedido pelo exmº ministro da justiça, então ministro do Império, deu-se princípio ao estudo do modelo vivo, e hoje debaixo dos auspícios e na presença do exmº protetor da Academia, tem lugar a primeira distribuição de prêmios que os membros da congregação anelavam há tanto tempo..."

Acabada esta fala, o sr. diretor convidou ao sr. secretário a que publicasse os nomes dos premiados, o que se praticou como se segue: sendo os diplomas entregues ao exmº ministro pelo sr. diretor, e por s. exª remetidos aos premiados, à medida que se pronunciava o nome de cada um deles.

A congregação dos lentes da Academia das Belas-Artes desta Corte, estando presentes todos os seus membros, conforme determinam os estatutos, devolveu: a grande medalha de pintura histórica ao aluno matriculado, Vasco José da Costa; a pequena medalha de pintura histórica, ao aluno matriculado Candido Matheus de Faria; a grande medalha de paisagem, ao aluno matriculado, Augusto Muller; a pequena medalha de paisagem, ao aluno matriculado Ludegero de Sales Oliveira; a grande medalha de arquitetura, ao aluno matriculado, Ignacio Antunes da Encarnação; a grande medalha de desenho, ao aluno matriculado, Jacob Waldemiro Petra de Barros; a pequena medalha de desenho, ao aluno matriculado, Manoel Antonio