dos benefícios que aquele estabelecimento científico, quando convenientemente reformado, é capaz de trazer ao país, auxiliando e promovendo pela natureza dos conhecimentos nele ensinados, todos os ramos das indústrias criadoras da riqueza nacional; por modo que, a continuar tão interessante instituição, no desalento, em que presentemente se acha, mais conveniente fora extingui-la de uma vez, poupando-se desta sorte à nação uma despesa quase infrutuosa, e às ciências a abjeção do se verem aí desconsideradas; até a ilustração trazida pela lenta marcha do tempo melhor aconselhe aqueles a quem cabe a importantíssima tarefa de dirigir e promover a civilização do povo brasileiro.
Deus Guarde a V. Exª. Rio de Janeiro, 28 de abril de 1835 — Ilmo. e Exmo. sr. barão de Itapicurumerim — J. Pedro Nolasco, José de Riveira — J. da Costa de Azevedo — Fr. C. Alves Serrão — C. Baptista de Figueiredo Rocha — P. de Aleantara Belegardo (Jornal do Comércio, 19 de maio de 1835).
Ensino na Constituinte de 1823
"O deputado José Bonifacio, tão eminente na sua vasta ilustração, nenhuma parte tomou no debate do projeto de criação de universidades. Todavia na sessão de 15 de outubro propôs à comissão de instrução pública que se mandasse imprimir o esboço, que ele ofereceu, acerca da organização e regime das universidades. Não consta, porém, que semelhante documento fosse impresso, nem sequer aparecesse no original. O digno e ilustrado Dr. Ramir Galvão diretor da Biblioteca Nacional, procedeu às maiores pesquisas e é de parecer que não se imprimiu. Este trabalho de José Bonifácio intitulava-se "Memória e regime das universidades do Império." (Ensino superior e faculdades livres. Dunshee Abranches, Rio 1905).
Breve Conclusão
O Brasil, nestas duas décadas e meia de existência política independente, era um vastíssimo território, povoado por uns 5 milhões de habitantes, dos quais cerca de metade de índios e negros escravos (1819). Em 1823 iniciou a sua organização política e administrativa: Constituinte (1823); carta constitucional (1824), supremo tribunal de justiça (1828); código criminal (1830); reforma do tesouro (1831): código do processo (1832); Ato adicional (1834); código comercial (1850). Dificuldades internacionais: guerra cisplatina (1825-1828); tratados com a França e Inglaterra (1826, 1828, 1831); repressão do tráfego de escravos até a sua abolição (1850).